quinta-feira, 28 de julho de 2011

Excursão de aniversário da SBF na ABPF Jaguariúna

A SBF fará excursão à ABPF em Campinas comemorando seu 51º aniversário. Será no sábado, dia 17 de setembro e esperamos repetir o sucesso que foi a excursão do ano passado. Sairemos  da sede da SBF no Ibirapuera e seguiremos por micro-ônibus com ar condicionado até Anhumas, onde tomaremos o trem com tração a vapor até Jaguariúna. Voltaremos com o trem à estação Carlos Gomes onde faremos churrasco e visitaremos o acervo da ABPF nessa estação. Daí voltaremos a São Paulo em nossa Sede. Os participantes poderão deixar seus carros no estacionamento do Modelódromo. Não é necessário ser associado da SBF para participar. O preço será R$ 80,00 por assento ocupado, que inclui o trajeto de ônibus, de trem e o churrasco.  Inscrições com o Sr. Marcílio na SBF ou pelo telefone 9809-6572, aos sábados e domingos das 9:00 às 18:00 hs.

Abraços,
Luiz Salles - S. Paulo-SP

  • de Salles
    data 28 de julho de 2011 19:47
    assunto [SBF_News] Excursão de Aniversário

quarta-feira, 27 de julho de 2011

As locomotivas do Zaidan vão longe...

The MRS railroad repurposed its locomotives to be wide gauged, resulting in a distinctive truck design.
Viewed: 307 times.

The MRS is a Brazillian railroad with a distinctive two-tone paint scheme
Viewed: 230 times.

David Zaidan Neto

Mr. Neto lives in Rio de Janiero, Brazil. He models a Brazillian Railroad, MRS Logística, and enjoys customizing locomotives to match their prototypes and paint schemes.

Last changed on 04/21/11. This album contains 2 items

This album has been viewed 424 times since 04/21/11.

Vejam onde foi para a foto da loco 5314

http://www.katousa.com/gallery.html

Abraços
Zaidan

  • de Zaidan
    data 27 de julho de 2011 12:42
    assunto [Central do Brasil] Loco 5314 SD40-3 - MRS

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Enquanto isso, nos trilhos Santa Teresa


Enviado por ciceromusicas em 21/07/2011

A equipe sem a qual esse clipe não existiria:

Mari Milani - Produção
Daniel Corrêa - Produção
João Gila - Direção/Pós-produção
Carlo Milani - Supervisão
Daniel Leite - Câmera/Fotografia
Daniel Terra - Direção de arte/Assistente de câmera
Clara Facuri - Assistente de produção
Pedro Roguetti - making of
Saulo Silva - Colorista
Bruna Dutra - maquiagem

- Letícia Colin no papel de: Uma Menina
- Cícero no papel de: Um Cara
- Bruno Schulz no papel de: Outro Cara

www.cicero.net.br


Enviado por ciceromusicas em 17/06/2011

Edição: João Gila
Câmera: Pedro Riguetti

www.facebook.com/cancoes.de.apartamento

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Inventário dos Pleitos de Trens Turísticos e Culturais ao Ministério do Turismo

No começo de 2010, o Ministério do Turismo apresentou uma Cartilha de Orientação para Proposição de Projetos de TTCs-Trens Turísticos e Culturais.

Pouco depois, alegando certa similiaridade com restrições de outros dispositivos que proibem "o repasse de recursos públicos a entidades privadas sem fins lucrativos para realização de eventos, conforme dispõe o inciso XIII, do art. 20, da Lei nº 12.309, de 09 de agosto de 2010", foram suspensas as análises dos pleitos para TTCs, bem como, os repasses para alguns projetos já em fase avançada, que ficaram profundamente prejudicados e encontram-se paralizados.

Contudo, recebemos informações quanto à possibilidade dessa situação ser revertida, se identificarmos a demanda de projetos de TTCs. Para começo de conversa, precisamos saber quantos projetos de TTCs foram apresentados ao Min. do Turismo (estima-se em 50), destacando:

  • Nome do Proponente/Entidade
  • Nome do projeto/local
  • Identificar se é implantação ou expansão
  • Principais dificuldades/ necessidades (infraestrutura, material rodante, reformas, etc.)
  • Valor do pleito ao Min. do Turismo/ data do pleito
  • Estágio atual
  • Outras

Além da brevidade que se faz necessária, pedimos que nos ajudem nesse levantamento e repassem para sua lista de contatos.

At//

Antonio Pastori
Presidente da AFPF - Assoc. Fluminense de Preservação Ferroviária

  • de Antonio Pastori
    data 21 de julho de 2011 08:00
    assunto Inventário dos Pleitos de TTCs ao Min. do Turismo

domingo, 17 de julho de 2011

Relato da caminhada que fiz de Cobiça x Vargem Alta-ES pelos trilhos....

Colegas, dia 16/julho/2011 juntamente com mais 9 aventureiros realizamos uma caminhada pelos trilhos, de Cobiça x Estação de Soturno, que fica entre as cidades de Cachoeiro de Itapemirim e Vargem Alta-ES. Foram 16 km de bate papo, entrosamento, solidariedade, muitas brincadeiras e paisagens maravilhosas. Caminhar pela ferrovia nos traz uma perspectiva diferente das cenas que estamos acostumados a ver no dia a dia. Cada imagem nos traz a história que um dia ouvimos falar. A colonização da região, construção das cidades, o árduo trabalho de implantação de uma ferrovia interligando as cidades e trazendo o progresso a região naquela época. Ver como os paredões e pontilhões foram esculpidos para que a ferrovia fosse instalada e imaginar como foi feito esse trabalho é algo sensacional. Não tirei muitas fotos porque já havia passado por esse trecho e no primeiro album (caminhada cobiça x Vargem Alta) tem também várias outras fotos do mesmo percurso. Espero que gostem......
  • de Roberto Sarti
  • data 17 de julho de 2011 10:17
  • assunto Fotos da caminhada

sábado, 16 de julho de 2011

Terminais graneleiros "maquetáveis"

Ferrovia e Terminais graneleiros
O desenvolvimento do terminal graneleiro da Ferrovia Norte-Sul em Colinas (TO), documentado pela Secretaria de Comunicação do governo de Tocantins, oferece mais algumas idéias interessantes para o ferreomodelista que deseje retratar uma instalação desse tipo em sua maquete.

É o núcleo inicial de uma seção sobre a Ferrovia Norte-Sul, e também de um menu com outros terminais semelhantes, para as seções de Maquetes e de Estações &; Pátios ferroviários:

Ferrovia Norte-Sul

segunda-feira, 11 de julho de 2011

História da engenharia e, agora, da engenharia ferroviária no Brasil


Pedro Carlos da Silva Telles — autor do livro História da Engenharia Ferroviária no Brasil, que a Revista Ferroviária lança no próximo dia 20 de Julho de 2011 — é, também, autor de outro livro, já consagrado entre os pesquisadores das mais diversas áreas: História da Engenharia no Brasil, cujo volume I cobre os séculos XVI a XIX.


É uma obra fundamental, não só para os interessados diretamente na história da engenharia, mas em muitos outros campos da história do Brasil — pois cada antigo "estaleiro", fortaleza, ponte ou simples estrada é uma referência para quem pesquisa a construção do país e da própria nacionalidade brasileira.


Agora que as redes de sebos virtuais facilitaram a localização de qualquer obra na internet, basta meio minuto para conferir que, neste exato momento, há dois exemplares em oferta — somente no Estante Virtual —, a R$ 120 e R$ 125.


Vale cada centavo — pela abrangência, profundidade e seriedade da pesquisa, pela densidade do texto (não é verborrágico; cada parágrafo é uma verdadeira síntese), pela iconografia reunida.


Tive acesso a um exemplar, quando a busca não era tão fácil, e é claro que tratei de "salvar", para referência. Volto a ele com frequência, por isso comecei a digitar trechos que interessavam com mais urgência, para facilitar a busca (CTRL-F), mas duvido que tenha passado de 2% ou 3%, tamanho o volume e profundidade das informações.


Em tempo: — Nunca tive acesso ao volume II (século XX). Agora, de repente, nem lembro se já vi alguma indicação de que tenha vindo à luz.


Também do mesmo autor é "A history of brazilian railways (Part I - The first railways) - Pedro da Silva Telles (ABPF)", publicado em Londres pelo doutor P. E. Waters, e que nem sei se ainda está disponível. Até a semana passada, imaginava (ingenuamente) que se tratasse de tradução d' "o capítulo ferroviário" do livro que conheço (conforme escrevi há milênios na revista Centro-Oeste). Hoje parece muito provável que fosse uma primeira parcial ("em marcha") do livro agora concluído.


O doutor P. E. Waters talvez seja mais conhecido dos admiradores da "Bitolinha" da EFOM, através de seu livro West of Minas Narrow Gauge, que parece ainda estar disponível, no Brasil, através da SPMT - Sociedade de Pesquisa para a Memória do Trem.



Páginas relacionadas

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Paisagens ferroviárias de Curitiba - livro (lançamento)


de Ricardo MELO Araujo
data 4 de julho de 2011 20:30
assunto [Trens_e_Fotos] CONVITE DE LANÇAMENTO - Paisagens Ferroviárias de Curitiba

segue convite para lançamento do livro Paisagens Ferroviárias de Curitiba.

---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Dayana Zdebsky de Cordova
Data: 4 de julho de 2011 17:15
Assunto: Re: Paisagens Ferroviárias de Curitiba

O lançamento será nesta quarta feira, no Memorial de Curitiba.

Segue em anexo o convite. Se puder nos ajudar com a divulgação do evento, agradecemos.

--
Dayana Zdebsky de Cordova.
Antropóloga/Produtora Cultural

domingo, 3 de julho de 2011

Trem da Vale (2) - mais fotos

Foram acrescentadas mais fotos relacionadas ao Trem da Vale, abrangendo a reforma dos vagões e da locomotiva Skoda, a reconstrução da via férrea, estações, caixas d'água, maquete, e mais alguma coisa.

Os títulos abaixo indicam, aproximadamente, as páginas principais do conjunto:
A lista não é completa, pois as fotos e páginas estão agrupadas em subseções, e estendem-se por outras seções do site:
... de modo que cada página desemboca em outras, e seria difícil traçar um limite, além de acabar caindo em repetições.

Algumas coisas ainda não estão completas -- como a planta da locomotiva G8, que fica para a semana --, e outras continuarão sendo disponibilizada nas semanas seguintes.

sábado, 2 de julho de 2011

Os caminhos da Estrada de Ferro Paracatu

A Estrada de Ferro Paracatu será tema de palestra proferida pelo engenheiro Ítalo Coutinho em Bom Despacho (MG), no próximo dia 10 de Julho.

Programação:
  • Apresentação
  • Histórico da Estrada de Ferro Paracatu
  • Mapas e fotos antigas
  • Estudo de textos da época
  • Relatos: fotos e vídeos atuais
  • Oficina de textos: confecção de uma carta aberta às autoridades
Oficina: perpetuando o conhecimento para gerações futuras

Facilitador: engenheiro Ítalo Coutinho, historiador em horas vagas

Local: Auditório do 7º Batalhão da PM-MG - Bom Despacho
Data: 10 de Julho de 2011
Hora: 13:30
Duração: 3 horas


de Ralph M. Giesbrecht
data 2 de julho de 2011 10:27
assunto [minasgeraisrailways] Fw: convite: palestra sobre a EFP em Bom Despacho, dia 10 [1 Attachment]

----- Original Message -----
From: Italo Coutinho italoazeredo@gmail.com
Sent: Saturday, July 02, 2011 10:25 AM
Subject: convite: palestra sobre a EFP em Bom Despacho, dia 10

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Patrimônio que merece respeito - Opção de futuro

As Oficinas Ferroviárias de Além Paraíba-MG foram construídas por volta de 1880 para integrar a Cia. Estrada de Ferro Leopoldina - a primeira ferrovia criada em Minas, em 1871, inaugurada em 8 de outubro de 1874, por D. Pedro II; e também para servir à Estrada de Ferro D. Pedro II - depois, Central do Brasil – que também atendia ao município e à região. Desde então, durante esta sua longa trajetória, incluindo os períodos em que a Leopoldina esteve subordinada ao capital inglês (Leopoldina Railway) e vinculada à extinta Rede Ferroviária Federal, as Oficinas ficaram mais conhecidas como Oficinas Ferroviárias de Porto Novo.

Os milhares de funcionários que nelas trabalharam, no decurso de tantas décadas, são parte inseparável da identidade e da memória afetiva, social, política, cultural e econômica municipal. Eles e as Oficinas inspiram de estudos acadêmicos a obras artísticas. Muitos desses ferroviários galgaram posições diretivas de destaque em várias organizações e merecem ser lembrados também por seus outros talentos, como os escritores Victor José Ferreira e Ubyrajara de Souza, ambos integrantes e fundadores de instituições como o Movimento de Preservação Ferroviária e a Academia Ferroviária de Letras; e também o escultor José Heitor da Silva (um dos primeiros artistas que tiveram suas obras integradas ao acervo do Museu de Arte Negra, criado pelo ex-Senador Abdias Nascimento, de quem se tornou amigo), o desenhista e carnavalesco Rolando Amaral, os criadores do antigo 'Minas Club', o ex-deputado federal pelo PTB, Ezequiel Mendes e o escritor memorialista e ex-deputado estadual mineiro Joaquim Moreira Júnior, também do PTB; entre dezenas de outros. Inúmeros ferroviários aqui lotados foram vítimas de perseguições políticas ou administrativas, por participarem de associações e movimentos contrários aos modelos de gestão ou de governo praticados, durante os vários regimes, democráticos ou de exceção, por que passou o país.

As Oficinas ocupavam, a princípio, uma extensa área e seus dois galpões mais antigos - que já tiveram cerca de cem metros de comprimento – foram erguidos sobre o aterro de um trecho da margem esquerda do Rio Paraíba do Sul. Construído inicialmente para se evitar a obstrução da 'estrada' que ligava os bairros de Porto Novo e São José, o aterro foi ampliado, mais tarde, para abrigar outras instalações. As Oficinas já tiveram suas imagens registradas, em fins do séc. XIX, pelo consagrado fotógrafo Marc Ferrez.

A Rotunda das Oficinas de Porto Novo/Além Paraíba é um edifício de forma circular, com área construída de cinco mil metros quadrados, também erguida por volta de 1880, que, junto às demais seções (calderaria, fundição, serralheria, carpintaria, almoxarifado, mecânica, pintura, elétrica, desenho, escritório, etc.), compunha o conjunto das Oficinas da Leopoldina. A Rotunda, com seus trinta boxes, tem capacidade para alojar, simultaneamente, igual número de locomotivas ou outros equipamentos rodantes, como carros-de-passageiros, vagões, autos-de-linha, etc. Nossa Rotunda é das maiores e das mais antigas entre as poucas ainda existentes no Brasil. Segundo o site da Internet 'Estações Ferroviárias do Brasil' só existem, atualmente, 5(cinco) Rotundas Ferroviárias construídas em 360 graus, em nosso país. Em Minas Gerais só existem três: Além Paraíba/Porto Novo, São João Del Rei e Ribeirão Vermelho; as outras duas são a de Barra do Piraí e Três Rios, ambas no estado do Rio de Janeiro. A de Porto Novo é a mais antiga.

Ao lado da Rotunda existe o prédio original, datado da mesma época, onde funcionou o Escritório Central da E. F. Leopoldina, que teve o teto de uma das salas restaurado, em 2006, pelo artista plástico Guilherme Diniz - por iniciativa do Engº. e também Acadêmico da AFL Rogério Lobo de Oliveira, então Diretor da Eletromecânica GITAL, empresa especializada em montagem e reforma de equipamentos ferroviários pesados, então locatária dos imóveis, desde a privatização das ferrovias vinculadas à Rede Ferroviária Federal S.A.

Nesse ano de 2006, em razão do imobilismo das autoridades e dos Conselhos municipais ligados à matéria - mesmo estando resguardada por tombamento através da Lei Municipal nº. 1829, de 14 de abril de 1998; e não obstante a explícita e bem fundamentada discordância deste pesquisador, através de ofício encaminhado à Câmara Municipal de Além Paraíba - em face da impossibilidade de sua presença em Reunião Oficial, convidado pela vereadora Simone Rezende - e em matéria e debate veiculados no 'Jornal Agora' e no Programa 'Opinião' da Rádio 102,7-FM, além da manifestação, também contrária, de outras pessoas e entidades preservacionistas e da veiculação de outros artigos na imprensa local, uma grande parte dos prédios das Oficinas foi absurdamente demolida, embora ainda estivesse em bom estado de conservação. O material resultante da demolição (muitos m3 do madeiramento em 'Pinho de Riga' e dezenas de milhares de 'Telhas Francesas Legítimas', fabricadas em Marseille, bem valorizadas no mercado de antiguidades; além de potentes máquinas e equipamentos das Oficinas) teria sido utilizado nas obras de construção de uma luxuosa casa, em um sítio particular. Pouco tempo depois, já bastante fragilizada, uma parte da própria Rotunda desabou - e o restante encontra-se em precárias condições de conservação. Mas resiste, milagrosamente, de pé; talvez, por interseção de São José, o Operário, Padroeiro da Cidade e das Oficinas, Orago da Matriz - cuja imagem teria sido encontrada, em princípios do século XIX, nas águas da barra, hoje aterrada, que o Rio Limoeiro fazia com o Rio Paraíba do Sul, bem ali, onde foram construídas as Oficinas. Ironicamente, até a centenária madeira do telhado de sua Matriz vem sendo substituída por estrutura metálica - o que nos permite inferir que possa ter destino similar ao da madeira das Oficinas demolidas. O 'Santo Carpinteiro' deve estar muito entristecido...

Vale ressaltar que quase todas as leis relativas ao tombamento do patrimônio histórico e cultural municipal de Além Paraíba foram redigidas de maneira dúbia - não se sabe por qual razão -, gerando muita confusão quanto à identificação dos bens que, de fato, deveriam ser por elas protegidos; o que, lamentavelmente, propicia a ocorrência de interpretações equivocadas que vulnerabilizam ainda mais os conjuntos, os entornos e outros inúmeros elementos que os compõem e que também deveriam ser resguardados; deixando-os até expostos ao risco de negociações e, ou, de ações inescrupulosas. Agora, fala-se, também, na cidade, na utilização de outros galpões e instalações das antigas Oficinas para fins comerciais – o que, muito provavelmente, redundará em mais um capítulo da inconseqüente desmaterialização do "Complexo Ferroviário Histórico de Além Paraíba", implicando ou agravando a perda da identidade cultural da cidade e do seu povo.

Antes de tudo, porém, é preciso entender que, quando se fala em Preservação - ferroviária, histórica, cultural e ambiental - e em implementação do Turismo em Além Paraíba, não se trata de idealismo utópico e infundado. Tanto uma quanto outro são, plenamente, factíveis no município e na região, dadas as nossas invejáveis especificidades - localização, patrimônio existente, legado natural, tradição, mão-de-obra especializada, etc. Estas características favoráveis devem ser avaliadas, particularmente, sob um prisma social e econômico, visto que potencializam a geração de emprego e renda para a população local; podendo gerar, uma sensível melhoria do IDH - Índice de Desenvolvimento Humano - municipal. O diagnóstico elaborado por consultoria contratada para a execução da 'Revisão do Plano Diretor Municipal', em 2011, aponta nessa direção, a exemplo do que já fora detectado entre 1999/2000 por levantamento pormenorizado feito pelo SEBRAE-MG. Será que poderíamos, neste caso, aplicar o velho adágio popular: 'O pior cego é aquele que não quer enxergar'?

Também é bom que se diga que, apesar da inconsistência de alguns comentários - por ignorância e desinformação, frutos de avaliações simplistas e, até mesmo, de observações ingênuas ou de interesses dissimulados -, quando se fala em preservação do patrimônio cultural histórico ferroviário de Além Paraíba, não devemos pensar tão somente no aspecto do bucolismo da "Maria Fumaça" e das antigas Estações e demais instalações ferroviárias – que eu não cheguei a conhecer em sua plenitude, visto que não nasci e nem morava aqui, mas que procurei estudar e aprendi a admirar e respeitar, mesmo não sendo alemparaibano e nem tendo nenhum tipo de vínculo profissional, pessoal ou familiar com a ferrovia. Não se trata, portanto, de saudosismo melancólico, piegas, extemporâneo. É óbvio que os preservacionistas são favoráveis à idéia de se dar uma destinação prática e racional aos bens ferroviários históricos, adequada à realidade, com uma efetiva utilização cultural, lúdica, histórica, social, econômica, etc; sem, contudo, destruí-los, descaracterizá-los, inviabilizando o seu uso. Basta que se vejam os projetos já implantados e os que estão sendo desenvolvidos pelas entidades preservacionistas ferroviárias, Brasil a fora, em parceria com entidades públicas e privadas. Além Paraíba tem - e de sobra - todas as condições para a implantação de projetos análogos.

O que também surpreende é a falta de visão no que respeita ao não aproveitamento do que chamo de "Planta Industrial Ferroviária de Além Paraíba". É pertinente salientar que a redução da área outrora ocupada pelas Oficinas também compromete o futuro do desenvolvimento econômico municipal, pois prejudica a irrefreável implantação do Turismo Regional que, como é do conhecimento das lideranças empresariais, culturais e políticas locais, já se encontra em pleno andamento - cujas bases foram lançadas no ano de 2000 pelo Governo municipal e pelo SEBRAE e Governo mineiros - e que tem na ferrovia e nos equipamentos históricos ferroviários um de seus principais atrativos, cujo potencial, se bem administrado, trará enormes benefícios para o município e para a região, em particular no que tange à geração de emprego e renda.

A propósito, é bom lembrar que, nestas instalações, construídas há 130 anos, em que funcionaram as Oficinas da Estrada de Ferro Leopoldina (ou da Rede Ferroviária, como ficaram mais recentemente conhecidas) foram restaurados e readaptados, por técnicos de nossa cidade, os dezoito vagões temáticos e carros de passageiros que compõem o Trem Turístico de Ouro Preto à Mariana, inaugurado em maio de 2006, pelos então Presidente Lula e Governador Aécio Neves.

Além disso, cabe relembrar que a economia nacional clama por investimentos em infra-estrutura. São, portanto, recorrentes os projetos que visem à ampliação das ferrovias para melhorar a eficiência e minorar o custo do transporte de passageiros e de cargas; o que, num futuro próximo, também repercutirá a favor da diminuição das emissões de gases poluentes - tanto na utilização/adaptação de locomotivas movidas a fontes de energia não poluidoras, quanto na redução do número de caminhões, ônibus e automóveis circulando - mudando, pois, o arcaico e ineficiente exclusivismo do modal rodoviário brasileiro. É evidente que tais ações ajudarão a reduzir os riscos do inexorável Aquecimento Global. Embora nosso município tenha potencial que lhe garantiria lugar destacado em todo este processo de mudança, constata-se que, reduzido aquele espaço, a economia municipal fica limitada em sua capacidade de desenvolvimento, visto que a 'Planta Industrial Ferroviária" não poderá mais ser ampliada, naquele local; ao contrário do que vem ocorrendo em Três Rios-RJ.

Agora, finalmente, surge uma 'luz de locomotiva no fim do túnel ferroviário', com a boa notícia da possível criação do "Centro de Preservação da Memória Ferroviária de Além Paraíba", para abrigo e preservação de antigas locomotivas movidas a diesel, a partir de projeto conduzido pela direção do Museu de História e Ciências Naturais. É previsível que o Centro possa aliar muitos dos aspectos aqui abordados, contribuindo com o futuro de Além Paraíba, fundamentado na preservação de parte do seu passado. Dado o nosso envolvimento com a causa preservacionista, desde longa data, e conhecendo a qualificação, o esforço e a dedicação do Prof. André M. Borges, diretor do Museu, esperamos que esse Centro torne-se realidade, não só para salvar parte do que ainda resta da memória ferroviária mineira e nacional, mas, também, para tornar-se um 'Memorial de Referência Ferroviária' que possa ser tombado pelo IEPHA e pelo IPHAN, juntamente com os demais bens culturais (inclusive, os imateriais) que compõem o "Complexo Histórico Ferroviário de Além Paraíba".
  • de plinioalvim
  • data 30 de junho de 2011 23:29
  • assunto Re: Patrimônio que merece respeito - Opção de futuro
Plinio Fajardo Alvim - Junho 2011 - Membro do Movimento de Preservação Ferroviária e da Academia Ferroviária de Letras. Diretor do Inst. Culturar. Ambientalista. Coord. Regional do Gr. Brasil Verde. Administrador. Pós-graduado.

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