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quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Memória histórica da Central do Brasil (1908) já está em PDF

Capa do livro "Memória histórica da EF Central do Brasil"

1) O livro Memória histórica da Estrada de Ferro Central do Brasil, de 1908, já está disponível em PDF na Biblioteca Digital da Câmara dos Deputados.

Obs.: Alguns amigos e eu tivemos alguma dificuldade em baixar o PDF da Câmara dos Deputados no Chrome. Pode ser interferência (ou falta) de algum plugin, daqueles que exibem o PDF online e dão opção de baixar. Em vez disso, hesitou um pouco sem saber o que fazer e depois foi para download. Na primeira tentativa, recebi um suposto PDF com apenas 766 KiB, que não abre. Tentei de novo, clicando com o botão direito do mouse, e escolhendo "salvar como" (PDF). Aí, sim, veio o PDF verdadeiro, de 175,9 MiB. No Firefox, foi direto para download, e acertou de primeira.

Estação General Carneiro, na “Memória histórica da EF Central do Brasil” (1908)

2) Prossegue a disponibilização das principais imagens + informações resumidas — em um novo layout de página, "flexível", buscando atender os internautas, tanto de desktop quanto de celular.

Começando do último para os primeiros — e, nos próximos dias, refazendo as imagens no Gimp (Linux), que parece oferecer melhores resultados do que o Photoshop:
Memória histórica da EFCB
• Locomotiva Baronesa
• Igreja de Sant'Ana
• A primeira estação do Campo
• Estação Corte em 1870
• Estação Desengano
• Estação Entre-Rios
• Estação Porto Novo do Cunha
• Estação Saudade
• Estação Comércio
• Estação Miguel Burnier
• Estação Ouro Preto
• Estação Cachoeira
• Estação Cruzeiro
• Estação Juiz de Fora
• Estação Surubi
• Estação Lafaiete
• Estação Sítio
• Estação Gamboa
• Estação General Carneiro
• Estação Belém
• Estação Rodeio
• Ponte Paraíso
• Ponte de Cachoeira
• Monumento em Entre-Rios
• Túnel Grande
• Túnel nº 1
• Edifício da Tração de São Diogo
• Oficinas do Engenho de Dentro
• Pedreira São Diogo
Estações em 1960

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Trens turísticos e preservação ferroviária no Quadro de Avisos

Locomotiva nº 8 ABPF “Manuela” em Sorocaba, 1991

O “Quadro de Avisos” foi uma seção regular da revista Centro-Oeste praticamente desde o lançamento da editoração eletrônica (Ventura Publisher), no DC-7 (Out. 1990), e que conduziu à necessidade de melhor organização dos espaços e conteúdos.

No “Quadro de Avisos” passaram a ser reunidas informações recebidas de inúmeros colaboradores sobre os trens de passageiros, trens turísticos, preservação ferroviária, localização de locomotivas e vagões abandonados, e muito mais.

É claro que não se trata da “verdade final” sobre qualquer tópico abordado, mas constitui um panorama dos acontecimentos através do Brasil, tal como podiam ser percebidos por diferentes amigos em várias regiões do país, numa época (1991-1995) em que a informação dependia de jornais, revistas, TVs, cartas, boletins, folhetos, telefonemas e deslocamentos pessoais.

O conteúdo do “Quadro de Avisos” está sendo convertido (Word / Ventura Publisher para HTML) e adicionado ao Índice de Matérias de cada edição do Centro-Oeste.

Já estão disponíveis 27 seções (DC-7 ao CO-80); e nos próximos dias serão colocadas as 18 seções restantes.

Informações mais antigas (1984-1991) ainda terão de ser compiladas, uma vez que encontram-se dispersas ao longo das edições anteriores, e devem demorar bem mais, pois não existem backups para rápida conversão (IBM elétrica, Olivetti eletrônica, Apple II+).

«» ª … •’ — “”
12 1984
01 1985
02 1985
03 1985
04 1985
05 1985
06 1985
07 1985
08 1985
09 1985
11 1985
12 1985
02 1986
7 03 1986
04-05 1986
06 1986
07-08 1986
09 1986
10-11 1986
03 1987
05 1987
08 1987
12 1987
04 1988
s/d
3 07 1988
1º 08 1988
5 09 1988
11 1988
11 01 1989
9 02 1989
9 03 1989
7 04 1989
8 05 1989
25 06 1989
1º 08 1989
25 08 1989
25 09 1989
15 11 1989
13 12 1989
28 02 1990
20 04 1990
20 05 1990
26 06 1990
7 08 1990
12 09 1990
25 10 1990
10 12 1990
31 01 1991
6 04 1991
6 06 1991
30 06 1991
31 07 1991
5 10 1991
30 10 1991
30 11 1991
30 12 1991
1º 02 1992
10 03 1992
10 04 1992
1º 05 1992
1º 06 1992
1º 07 1992
1º 08 1992
1º 09 1992
1º 10 1992
1º 11 1992
1º 12 1992
1º 01 1993
1º 02 1993
1º 03 1993
1º 04 1993
1º 05 1993
1º 06 1993
1º 07 1993
1º 08 1993
1º 09 1993
1º 10 1993
1º 11 1993
1º 12 1993
1º 01 1994
1º 02 1994
1º 03 1994
1º 04 1994
1º 07 1994
1º 10 1994
1º 12 1994
1º 02 1995
1º 03 1995
1º 05 1995
1º 09 1995
1º 11 1995
1º 12 1995

domingo, 13 de setembro de 2015

Índice da revista Centro-Oeste

Matriz da capa do Centro-Oeste nº 62, publicado em preto e branco

O Índice de matérias e da revista Centro-Oeste, publicada de 1984 a 1995, está sendo disponibilizado progressivamente, na medida das possibilidades — “tempo”, pois só “o melhor” e “mais completo” é bom.

Por enquanto, a página de cada edição contém um índice bastante resumido.

Este índice resumido está disponível também em PDF na página:


Outro índice, — abrangendo antigas edições da Revista Ferroviária, Esporte Modelismo, Informativo Frateschi / Revista Brasileira de Ferreomodelismo (RBF) até o início da década de 1990, — está disponível em PDF nesta página:


Outras duas publicações já estão disponíveis na íntegra:

  • Catálogo 1990 - com um panorama dos produtos, clubes, museus, lojas e serviços existentes naquela época
  • Folheto que era enviado aos que faziam seu primeiro contato com a antiga revista Centro-Oeste – Versão 3.4 (Abril-1994)

Na tabela abaixo estão os links para as páginas referentes a todas as edições do boletim / revista Centro-Oeste — destacando-se as que já dispõem de mais conteúdo.

«» ª … •’ — “”

CO-1
12 1984
CO-2
01 1985
CO-3
02 1985
CO-4
03 1985
CO-5
04 1985
CO-6
05 1985
CO-7
06 1985
CO-8
07 1985
CO-9
08 1985
CO-10
09 1985
CO-11
11 1985
CO-12
12 1985
CO-13
02 1986
CO-14
7 03 1986
CO-15
04-05 1986
CO-16
06 1986
CO-17
07-08 1986
CO-18
09 1986
CO-19
10-11 1986
CO-20
03 1987
CO-21
05 1987
CO-22
08 1987
CO-23
12 1987
CO-24
04 1988
CT-1
s/d
CT-2
3 07 1988
CT-3
1º 08 1988
CT-4
5 09 1988
CO-25
11 1988
CT-5
11 01 1989
CT-6
9 02 1989
CT-7
9 03 1989
CT-8
7 04 1989
CT-9
8 05 1989
CO-26
25 06 1989
CT-10
1º 08 1989
CT-11
25 08 1989
CT-12
25 09 1989
CT-13
15 11 1989
CT-14
13 12 1989
DC-1
28 02 1990
DC-2
20 04 1990
DC-3
20 05 1990
DC-4
26 06 1990
DC-5
7 08 1990
DC-6
12 09 1990
DC-7
25 10 1990
DC-8
10 12 1990
DC-9-10
31 01 1991
DC-11-12
6 04 1991
DC-13
6 06 1991
DC-14-15
30 06 1991
DC-16-17
31 07 1991
DC-18
5 10 1991
DC-19
DC-20
30 10 1991
DC-21
30 11 1991
CO-62
30 12 1991
CO-63
1º 02 1992
CO-64
10 03 1992
CO-65
10 04 1992
CO-66
1º 05 1992
CO-67
1º 06 1992
CO-68
1º 07 1992
CO-69
1º 08 1992
CO-70
1º 09 1992
CO-71
1º 10 1992
CO-72
1º 11 1992
CO-73
1º 12 1992
CO-74
1º 01 1993
CO-75
1º 02 1993
CO-76
1º 03 1993
CO-77
1º 04 1993
CO-78
1º 05 1993
CO-79
1º 06 1993
CO-80
1º 07 1993
CO-81
1º 08 1993
CO-82
1º 09 1993
CO-83
1º 10 1993
CO-84
1º 11 1993
CO-85
1º 12 1993
CO-86
1º 01 1994
CO-87
1º 02 1994
CO-88
1º 03 1994
CO-89
1º 04 1994
CO-90
1º 07 1994
CO-91
1º 10 1994
CO-92
1º 12 1994
CO-93
1º 02 1995
CO-94
1º 03 1995
CO-95
1º 05 1995
CO-96
1º 09 1995
CO-97
1º 11 1995
CO-98
1º 12 1995

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Galeria de Fotos Ferroviárias

O acréscimo de inúmeras fotos no site "Centro-Oeste" -- muitas vezes, em páginas que já existiam, outras vezes em novas "seções" ainda não devidamente estruturadas -- tornou necessário criar um novo canal para indicação das novidades: a Galeria de Fotos Ferroviárias, abreviadamente "Ferreofotos".

Com isso, os canais para indicação das novidades ficam estruturados em 5 temas principais, apresentado nas colunas laterais da maioria das páginas do site:

Atualizações do “Centro-Oeste”

• Ferreofotos
• Ferrovias
• Ferreomodelismo
• Ferreoclipping
• Bibliografia

Trata-se de uma página com links para essas atualizações, que estão sendo feitas em um ritmo de três a quatro por dia, ou mais:

• Vagão torpedo CT-31 Cosipa - 16 Jul. 2013
• Locomotivas UM10B nº 1969 e 1970 CSN - 16 Jul. 2013
• Vagão QC-3622 “Telecomunicações” Fepasa - 16 Jul. 2013
• Diesel-hidráulicas Krupp da Sorocabana - 15 Jul. 2013
• LEW DE-II-S Fepasa - 15 Jul. 2013
• Locomotivas G12 nº 3651 a 3680 de bitola métrica da Fepasa - 14 Jul. 2013
• GL8 nº 3622 Fepasa após reforma - 14 Jul. 2013
• Alco RSD8 na pintura azul da Fepasa - 14 Jul. 2013
• GL8 4023 na última pintura RFFSA - 14 Jul. 2013
• B12 “pintura da Águia” ABPF Tubarão - 8 Jul. 2013
• B12 na pintura da FTC - 8 Jul. 2013
• B12 no Museu do Trem - 8 Jul. 2013
• B12 na EFVM - 8 Jul. 2013
• U23C nº 3395 RFFSA com o trem Vera Cruz - 6 Jul. 2013
• U20C nº 3156 RFFSA com o trem Vera Cruz - 6 Jul. 2013
• GE 244 RVPSC - 8 Jul. 2013
• G8 A1A-A1A EFSLT - 30 Jun. 2013

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Não é justo morrer na praia



Paulo Henrique Thiengo - ABPF-ES

Na semana passada recebi a visita de dois senhores, representando a inventariante da extinta Rede Ferroviária Federal (RFFSA). Queriam vistoriar o material que está em meu poder desde 1996 (telégrafos, relógios de parede tipo "oito", carimbadores de passagens, bilheteiras, cofres, móveis, telefone de parede e mais alguns objetos). (Também naquele ano estive em Campos, após avisado que estavam queimando documentos históricos da ferrovia. Trouxe de lá meia kombi em documentos; me arrependi de não a ter lotado).

Tais materiais foram conseguidos graças a um convênio da minha entidade, a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), com a RFFSA, por ocasião da privatização desta. Na época, percorri todas as estações do sul do estado, relacionei e fotografei o que existia e pedi o material em nome da ABPF. O pedido foi deferido, mas quando fomos retirar o material (acompanhado de um policial ferroviário - sim, esta profissão já existiu), vários deles haviam sido roubados (como os objetos em Ipê-Açú).

Inicialmente, a intenção era implantar um museu na estação de Cachoeiro, tendo para isto enviado abaixo-assinado ao prefeito de então ainda em 1994 (as primeiras assinaturas eram do Paulo Herkenhoff e do Manoel Maciel (protoco n. 006355/94, processo 305923, de junho de 1994). Aguardo resposta até hoje. Na época, já possuía farto material, constituído principalmente de milhares de fotos e documentos referentes à ferrovia, incluindo fotos da construção da linha na serra de Soturno.

Durante todo o ano de 1996, trabalhei praticamente todos os finais de semana na restauração da estação de Jaciguá, para onde o material da RFFSA foi levado, na intenção de implantar ali um Centro Ferroviário de Cultura, projeto desenvolvido em parceria da RFFSA com a ABPF. Nessa época, minha filha recém nascida ficou sem o pai durante TODOS os finais de semana daquele ano (incluindo carnaval, dias das mães e dos pais) dos 6 meses até um ano e meio de idade. Burrice incomensurável cometida em razão de um idealismo desmedido. Muito me arrependo disto atualmente.

No início de 2002, dada a falta de interesse da nova administração de Vargem Alta, voltei a oferecer TODO o acerco, e gratuitamente, para a prefeitura de Cachoeiro (processo 2385/2002 - complementado em novembro com novas informações - processo 20203/2002 - ambos também sem resposta até hoje - enviei cartas ao Ferraço, na mesma época, com igual resultado). Basicamente, oferecia a oportunidade de Cachoeiro ter um museu de verdade e com atração única: Uma maquete histórica, bitola HO do ferreomodelismo, representando trechos do sistema ferroviário do sul do estado em 1937 (antes de 1935 não havia as oficinas da E. F. Itapemirim na Barra e depois de 1937 não tínhamos mais os bondes em Cachoeiro) que seria construída no segundo andar da estação. Através da venda de publicidade, no estilo da época, nas laterais dos vagões, todo o custo de implantação e manutenção da maquete seria coberto com folga. Cheguei a comprar 23 carros de passageiros da Leopoldina, fabricados fielmente pelo Marcelo Lordeiro, para esta maquete. Estão guardados, desmontados, até hoje, juntamente com inúmeros outros modelos de vagões antigos, todos não mais fabricados.

Consegui, também, em comodato, duas locomotivas diesel-mecânicas, sem motor, bitola 60 cm, rodeiros que dariam para construir dois carros de passageiros (vagão é para carga) e três desvios completos. Desmontei e reformei as locomotivas em Jaciguá. Quando fui convidado para trabalhar na administração Valadão, inicialmente como Diretor do Patrimônio Histórico e depois como gerente do Museu Ferroviário (que constituímos no papel, através de lei enviada à Câmara e aprovada por unanimidade), trouxe todo material para Cachoeiro (menos dois sinos, roubados dentro da estação de Jaciguá).

O que seria a redenção para um apaixonado pela ferrovia transformou-se num misto de decepção, angústia, raiva e desapontamento. Apesar do então secretário, José Carlos Dias, ter tido a nobre iniciativa de retirar a secretaria de lá, não tivemos como impedir seu uso como "ponto de apoio" para eventos realizados defronte a ela. Tinha que desocupar tudo para abrir espaço para a PM, para distribuição de camisinhas, para o pessoal (DE FORA!!!!) que montava palanque e arquibancadas dormir por lá e até para assar carne de porco e peixe na sala do Chefe da Estação, onde também eram guardadas as bebidas. Numa corrida de kart, guardaram lá o combustível (local mais "seguro" para isto, disseram). O pessoal da elétrica (pré-Citeluz) ficou lá por meses, por conta do mutirão para trocar lâmpadas. Enfim, o lugar servia para tudo (até para central de rádio da GM houve pedido), menos para a cultura.

Antes de ter sido "saído" do cargo, retirei todo o material de lá. Já estava comigo a impressora do Correio do Sul, de 1877, que retirei do local apenas doze horas antes de ir para o ferro-velho, com a ajuda de um então cunhado, com enorme sacrifício e até risco de vida (ela pesa uns 1.500 kg). Também estão comigo os cadernos que sobreviveram do jornal e os clichês (ao Google, jovens - gracias Toninho!).

Não, não acho certo estar com todo este material. Meu sonho, aliás, o sonho deste imbecil que vos escreve, que esqueceu de pensar primeiramente em si e na família, é que tudo isto estivesse exposto ao público. O problema é: Onde expor? Infelizmente, a Casa dos Braga AINDA abriga uma biblioteca (que já deveria estar funcionando no Bernardino Monteiro). Até a atual secretária de cultura, à época ainda na comissão de transição, achou um absurdo suas instalações. Não tem como oferecer bom serviço naquele espaço exíguo e histórico. Aquela casa é da família Braga, do Cel. Francisco Braga, do Rubem (100 anos em janeiro próximo), do Armando e do Jeronymo, fundadores do Correio do Sul, do Newton, de dona Gracinha, de seu marido Bolívar de Abreu, filho do ex-prefeito Fernando de Abreu. Do Zig, enterrado ao lado do pé de fruta-pão (que vai acabar morrendo por conta de uma muda que cresce bem junto a seu tronco) e de todo o significado daquela casa para a cidade.

A saudosa Casa da Memória foi reformada para abrigar... um ponto de apoio a turistas e uma lojinha de artesanato! Tenham a santa paciência! O lugar deles é na ENTRADA da cidade. Por conta destes estupros contra o histórico local, quase todo o acervo do município foi perdido para sempre. Sobraram apenas algumas fotos, que guardei com carinho na estação.

Apesar de alguns acertos (que aplaudo!), a política cultural desta administração segue o mesmo "modus operandi" do governo como um todo: foco no varejo, nos problemas de cada local, em soluções pulverizadas. Falta ver a cidade como um todo, em todas as áreas. Inclusive na Cultura. Por isso o abandono da estação, da Casa dos Braga e da perda da Casa da Memória. Em Coutinho, temos a estação mais antiga do ES (e também a caixa d'água - hoje residência, a Casa de Turma e do Bombeiro), todas originais de 1887! Fico triste por mim e pelos demais genuinamente interessados em cultura. Apresentada por um amigo, não tive coragem de dizer à viúva do Renê Nogueira o que aconteceu com o acervo doado por seu marido...

Voltando ao material da extinta RFFSA, ele será automaticamente repassado ao IPHAN, que o cederá a alguma prefeitura mais bem intencionada deste imenso país. Esta foi apenas mais uma das várias pauladas que levei neste início de ano. Por conta disto, tive uma estafa que quase destruiu meus neurônios e crise de depressão, contornada a base de remédios.

A primeira porrada foi em São Vicente, por ocasião da 'comemoração' do terceiro aniversário da enchente, em 22 de janeiro. Para sairmos da posição de eternos pedintes, imaginei um seminário, visando o desenvolvimento sustentável do distrito. Convidei Leandro Carnieli para uma palestra, o que fez com a maior boa vontade. Infelizmente, a participação dos moradores foi mínima. Passei a maior vergonha por isto. Para piorar, setores da prefeitura ficaram com ciúmes dos termos que usei num convite ao prefeito e acharam que estava valorizando o Leandro e que aquele seria meramente expectador; tanto que nem participou.

Na época estávamos com um problema em trecho do córrego, na propriedade vizinha à minha chácara. A enchente aprofundou um valão existente, escavado durante 100 anos por desvio do córrego principal. Fiquei esperançoso com o interesse da secretaria de meio-ambiente em fazer o replantio de árvores no leito do córrego, mas isto não seria realizado por empresas do setor de rochas, como imaginávamos, mas por um VOLUNTÁRIO!

A solução foi comprar dez canos de PVC 300 mm, para o que muitos concordaram em ajudar a pagar. Tão logo surgiram laudos e relatórios de porta de venda "provando" ser inviável tal empreendimento, quase todos pularam fora. Precisei recorrer a dois parentes para pagar os canos (R$ 2.700,00). Eu e mais um ou dois vizinhos teremos de nos virar para assenta-los.

Neste mês, recebemos tristes notícias do IDURB, responsável pela construção das casas no distrito. Além de faltar documentação das 22 já construídas (cobradas à prefeitura desde julho passado), o prazo do convênio quase não foi renovado (o foi por apenas 90 dias, por especial deferência da Helena Zorzal, presidente do órgão) e as 6 que faltam, justamente para as famílias mais necessitadas, NÃO serão construídas agora. Quaaaaaannnnnddddo a documentação dos lotes sair, coisa de mais de seis meses, será feito novo convênio. Enfim, casas para as famílias mais necessitadas, que perderam tudo na enchente de TRÊS anos atrás, só em 2013!

Por conta disto, nossa associação está esvaziada, perdemos nossa credibilidade (e também diretores, que estão pedindo para sair) e não temos perspectiva de melhorias no horizonte, visto que também perdemos nossa única fonte de renda, com a proibição dos bingos em festas. O distrito depende do café e do leite, os jovens precisam sair em busca de melhores condições e até o crack já chegou por lá.

Até levar essa rasteira com direito a chute no estômago enquanto caído, imaginei levar para lá o agroturismo, como nova opção de renda para os moradores. Minha chácara seria usada como piloto para demonstrar a viabilidade da coisa. Além do moinho (parado desde dezembro, pois a água precisou ser desviada para o córrego principal), construí um barracão para abrigar outros mecanismos movidos a água e comecei a reformar outro, para abrigar uma roda d'água que acionaria o engenho (para moer cana e fabricar açúcar mascavo e rapadura).

Quem foi à caminhada organizada pela prefeitura deve ter comprovado a beleza do lugar. A intenção seria construir o Museu da Roça (para onde levaria o material citado acima mais uma coleção enorme de moedas antigas, de máquinas de costura e outros) para criar demanda para outras iniciativas de agroturismo. Com gente lá todo final de semana, criam-se oportunidades para um restaurante (ainda não temos), pousadas, doces, compotas, biscoitos e outros produtos, além de atrair o público interessado em caminhadas, cavalgadas (sem trio elétrico atrás) e outras atividades ligadas à natureza.

Cheguei a começar a preparar um vídeo que seria entregue a todas as famílias do lugar, onde procuraria demonstrar a viabilidade do agroturismo e a necessidade de preparar o jovem que precisa sair do distrito (cursos, palestra, sala de informática, biblioteca, etc.). Infelizmente, falhei nesta luta. Recebemos críticas contundentes até pela organização da caminhada. Acontece que nossa comunidade está destruída em todos os sentidos. Nem uma simples caminhada conseguimos organizar. Por este motivo pedimos o cancelamento da próxima, que seria em 15 de abril.

Particularmente, penso que um lugar assim seria prato cheio para o administrador com visão. Seria a mesma estória dos dois vendedores de sapatos enviados a uma nova região, para sondagens. Um voltou sugerindo abandonar a área, já que "ninguém lá usa sapatos". O outro voltou entusiasmado, já que "ninguém lá usa sapatos AINDA!". O PT, notadamente o Lula, conseguiu enormes vitórias em São Paulo agindo como o segundo vendedor. Eu também pensava assim, mas acho que estou enganado.

De qualquer forma, agradeço ao Mansur pelo espaço cedido (não quis incomodar o Wagner) e gostaria muito de discutir este assunto com quem se interessa por estas questões e até mesmo nos ajudar nesta luta. Confesso que estou completamente perdido no momento. E muitíssimo desanimado. Neste domingo teremos reunião da Associação, aberta ao público, às 7:30 da manhã. Quem quiser participar, com sugestões, apoio ou críticas, será bem vindo. (“Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo”. Dom Helder Câmara)

Paulo Henrique Thiengo

Publicado na Conexão Mansur de 31/03/2012
Jornal O Fato

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Lancamento de livro: "Brazilian Railway Culture"


Lancamento de livro: "Brazilian Railway Culture" [texto inedito em Inglês] de Prof Dr Martin Cooper

Disponivel na: http://www.amazon.com/Brazilian-Railway-Culture-Martin-Cooper/dp/1443831913/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1322736861&sr=8-1

Preço: Usd: 67.99

"Brazilian Railway Culture" faz uma viagem através dos produtos culturais desde 1865 até hoje em dia, examinando em dez capitulos, literatura como: histórias, autobiografias e ficção; poesia e música popular; artes plásticas, cinema e televisão. O desafio é para revelar a maneira em que a experiência de viajar foi interrogado e como as dúvidas sobre a modernidade foi expressada e elaborado. Usando este contexto cultural o livro investiga então o crescimento e desenvolvimento desde os 1970s de museus ferroviários no Brasil. Dentro algumas desses museus (ABPF) foram criados histórias não-oficial, longe dos museus federais (RFFSA) as quais tradicionalmente contam narrativas grandes de nacionalismo.

Hoje em dia, mais de 700-milhão passageiros são carregados, cada ano, pelo trem em um dos principais centros urbanos (incluindo São Paulo-SP, Rio de Janeiro-RJ, Recife, Brasília, Belo Horizonte, Salvador e Fortaleza); quantidades enormes de minério de ferro e soja são transportados através das vastas distâncias, e dezenas de milhares de visitantes apreciam passeios do trem de vapor antiga em linhas restauradas nas mais de uma dúzia de locais e nos museus (que incluem, entre outros, trechos operando nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, e Santa Catarina).

"Brazilian Railway Culture" é uma monografia, baseada na tese de doutorado de Martin Cooper, a qual foi defendido e passou com louvor, pelo painel de examinadores chefiado por prof. David Treece (King's College, Universidade de Londres, Inglaterra).

Dr. Cooper é um professor no Departamento de Mídia e Jornalismo na Universidade de Huddersfield, Inglaterra. Ele foi chefe de sala de redação na BBC Radio York, com 18 anos de carreira na BBC. É um membro do Royal Geographical Society, Londres, e um membro do Society of Latin American Studies, Inglaterra. Ele foi um membro consultoria de um grupo consultório inglês, em 2005-06, pesquisando sobre o potencial do patrimônio histórico no Brasil.

  • de Martin Cooper
  • data 1 de dezembro de 2011 12:11
  • assunto [Trens_e_Fotos] Lancamento de livro: “Brazilian Railway Culture”

quarta-feira, 3 de agosto de 2011